quarta-feira, outubro 23, 2002

É como se fosse uma dor muito grande e doída, que foi se juntando por muito tempo e é como se cada vez que eu me lembro dela, ela doesse. E ela dói. Como se eu gastasse mais um pouquinho desse monte de dor. E isso me faz acreditar que vai sobrar cada vez menos, apesar de não sentir que é assim.

É como se fosse uma cicatriz recente (o tempo das cicatrizes é bem particular), que abre em ferida de novo ao menor toque. E fica em carne viva mais um pouco até fechar. Só que o tempo há de passar e ela há de fechar. Cicatrizar. Aí só mesmo um corte fundo pra abrir ela de novo.

O tempo é bem particular.

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