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O problema, para Wittgenstein, não era o fato de a teoria de Russel não conseguir estabelecer uma distinção de sentido entre "Sócrates é professor de Platão" e "Platão é professor de Sócrates". O problema é que ela não conseguia distinguir entre o sentido expresso pela sentença "Sócrates é mortal" e um contra-senso puro e simples como "Mortalidade é Sócrates", ou "O cinzeiro porta-caneta o livro".
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A sentença "C(S, Sócrates, Mortalidade)" afirmaria a existência de uma certa relação entre o sujeito em questão, Sócrates e a Mortalidade; a sentença "C*(S, Mortalidade, Sócrates)" afirmaria a existência de uma outra relação entre os mesmos elementos. A uma corresponderia a crença na mortalidade de Sócrates, à outra corresponderia a crença na socraticidade da Mortalidade.
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A demarcação entre o que é logicamente possível (crer que Sócrates é mortal) e aquilo que logicamente não é possível (crer que a Mortalidade é Sócrates) transformar-se-ia, na teoria do juízo de Russel, numa "questão de gosto".
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"Sócrates é mortal" só diz aquilo que diz porque, entre outras coisas, "Sócrates" designa Sócrates (e não Platão).
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Meu corpo certamente não está sozinho no mundo. EU, no entanto, estou logicamente sozinho, condenado a viver trancado fora desse mundo pelo qual meu corpo passeia.
eu gosto dessa obsessão com sócrates, um cara que ninguém sabe se existiu mesmo
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